O uso do Spinner gera polêmica entre pais, educadores e especialistas.
Uma nova mania entre as crianças está chamando a atenção de educadores e pais de alunos no mundo inteiro: o Hand Spinner.
O spinner foi criado no início da década de 90 para ajudar no tratamento de crianças com déficit de atenção. Mas, de repente, virou moda, virou febre. No entanto, o médico Jairo Werner, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em psiquiatria infantil, não conhece estudos que comprovem a eficácia do brinquedo.
Uma possível explicação para o sucesso do spinner é o potencial de combate ao estresse, afirma a terapeuta ocupacional, Ana Paula Ferreira Costa, mestre em psicologia do desenvolvimento pela UFMG. “Ele oferece movimentos repetitivos que ‘acalmam’ a mente e fazem com que a atenção e o foco mentais sejam preservados”, complementa.
A repercussão está nas sensações que ele provoca ao corpo: tátil, visual e auditiva e, por esse motivo, ganha destaque entre os jovens. A princípio, ele não causa nenhum malefício cognitivo ou sensorial se utilizado sem exageros.
Dizem os especialistas que o tempo adequado do uso do brinquedo é de apenas duas horas diárias. O spinner é recomendado a crianças acima de 6 anos, pois nessa idade, a coordenação motora já é desenvolvida.
Há quem conteste esse lado terapêutico do objeto, mas isso não muda o fato de que ele caiu nas graças das crianças. Inclusive, já protagonizou todo tipo de polêmicas, como banimentos nas escolas…
“A criança adora, mas os professores em sala de aula, nem tanto. Eles brincam na hora da saída, enquanto esperam os pais”, conta a professora Carla Alliz. “O interessante é que eles o tornaram uma brincadeira de grupo, eles interagem, se reúnem e compartilham as manobras”, disse ainda. Para ela, como os outros brinquedos que surgem e fazem a cabeça das crianças, a moda das rodinhas alucinantes não deve durar muito tempo mais. “Daqui a pouco aparece outra coisa”, conclui.